domingo, 16 de outubro de 2011

Diferente

Falar não posso
Sentir é inevitável
Evitar é impossível
Calar eu não quero

Ser inteiro é ser você
Expor o que sente é estar em eterna harmonia com o eu
Ser diferente te impede de ser você?
Calar é não expor, expor é não ser eu...
O que sou então?

Desejo

O silêncio é cheio, o silêncio revela os mais secretos desejos
Onde há silêncio, há fogo
O que não podemos dizer, silenciamos
Dentro de cada silêncio há um gesto, há uma palavra oculta
O medo se esconde no silêncio e se revela através dos olhos
Os olhos dizem o que o silêncio cala
Em suas retinas vejo o que também sinto
As palavras escondidas são escancaradas nos olhares, refletidas no espelho da alma e mortas na boca.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Azulejo

A culpa invade a mente
Tradição?
Por que somos instigados a calar?
E nossas opiniões?
Devemos ser azulejos?
Deixemos os azulejos quebrarem
Façamos nossas vontades
Pichemos nossas opiniões
E escancaremos em branco e preto na face do outro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Juntando

Pedaços espalhados no chão
Quando não tento mais juntá-los
eles naturalmente começam a se encontrar
Sintonia
Que se inicia virtualmente em simples conversas
e termina em um doce estar
Natural
Levemente deixo estar...
Começo a sentir o que não queria mais
Mas compreendo que o pulsar não é comandado
Viver
Simplesmente sentir e deixar chegar aonde encontro sua alma
e faço desse estado meu lugar.

Procura

Te procuro continuamente,
em cada conversa, cada palavra
busco em outros olhares o seu,
tento suprir sua falta em outros
Não encontro...
Adormeço com amor e desperto com ódio
Desesperadamente absorvo a raiva
te destruo, construindo...
cada vez que tento arrancar um pedaço seu,
mais você se forma por completo no meu corpo
E te encontro onde nunca vou te perder,
dentro de mim.

domingo, 27 de setembro de 2009

Entristeço ao amanhecer
Relembro o cheiro
Olho no olho
me perco dentro dos seus
Tanta falta me faz
Cada sentido corre em sua direção
Diretamente sigo seu olhar
procuro seu corpo que
subitamente desvia de mim
Imediatamente corro
Inconscientemente berro
Insistentemente continuo
Tristemente termino aonde começo,
sem sua pele na minha cama.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

fundo

Antecipo o fim
No corredor do sentimento
vejo no fundo a faísca da tristeza
Apago ela num leve tocar
Me inundo do novo
Minha pele busca outros sentidos
Sua saudade já não alimenta a minha alma
Sigo só
Foco na vida
te encontro na saída.